Um adeus a Saramago
Não há muito para dizer, neste momento, sobre a morte de José Saramago, nosso Prémio Nobel da Literatura. As palavras, em língua bem portuguesa, utilizou-as ele como ninguém. Li a 1ª edição do “Levantado do Chão” há quase 30 anos e isso moldou, certamente, a minha forma de estar na vida. A maior homenagem que podemos prestar a José Saramago é lê-lo e... ensinar isso aos nossos filhos e a todos os jovens.
As suas obras contribuíram, notavelmente, para a difusão da língua e da cultura portuguesas, por esse mundo fora mas também tiveram efeitos nos seus leitores: inquietaram, desenterraram fantasmas, incomodaram alguns. Para muitos outros, nos quais me incluo, deram voz àquilo que, por vezes, não sabíamos nomear, abriram novos horizontes ao pensamento e ao sonho, ultrapassaram barreiras, afrontaram as “verdades” seculares, fizeram-nos pensar, reflectir na nossa condição humana. Foram obras livres, escritas por um Homem livre. E essas perdurarão no tempo.
Acaba de nos deixar um homem frontal, directo, um escritor único e inimitável. Dizem que a sua escrita é difícil mas só o é até começarmos a ler. Depois, ele cativa-nos e não nos larga até ao fim. Nunca é tarde para começar. E, depois, sentimos que valeu a pena.
Partiu o homem. Fica a sua memorável obra!
Até sempre…
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