28/05/2012
No quadro do seu agendamento potestativo, “Os Verdes”
entregaram na Assembleia da República um Projeto de Resolução que procede a um
conjunto de recomendações ao Governo que garantam o direito humano à água e ao
saneamento, uma iniciativa que será discutida no Parlamento na próxima
quinta-feira, dia 31 de Maio.
Face à ânsia pela apropriação do recurso natural água, por
parte de agentes privados, e ao poder que confere a sua gestão a quem a detém,
nomeadamente em termos de soberania nacional, o PEV considera que este recurso
estratégico deve manter-se nas mãos do Estado. A privatização da água,
anunciada discretamente pelo Ministro das Finanças e depois confirmada pela
Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território,
comporta enormes perigos de ordem ambiental e de ordem social que urge evitar e
travar. “Os Verdes” reafirmam que a água é um direito, não é uma mercadoria. A
lógica de mercantilização e de lucro não se adequa à gestão de um direito
fundamental e é no quadro de uma posição proactiva contra esta mercantilização
que o PEV entrega no Parlamento uma iniciativa legislativa que recomenda ao
Governo a manutenção na esfera pública dos sistemas associados ao abastecimento
de água e saneamento. “Os Verdes” recomendam ainda que seja garantido o acesso
universal das populações à água, que os modelos de gestão deste recurso visem a
sua preservação e também que sejam eficientes de modo a que o custo da água
seja o mais baixo possível. O Governo deve proceder, ainda, à implementação
urgente do Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água. Por último, “Os
Verdes” pretendem que o Governo português proponha e apoie, na Conferência
Rio+20 (a decorrer no final do próximo mês de Junho no Brasil), a Resolução da
Assembleia das Nações Unidas sobre o direito humano à água e ao saneamento e
também que, na mesma Conferência, se oponha a qualquer tentativa de se imporem
mecanismos de mercantilização e de privatização da água, como tem tentado o
Conselho Mundial da Água.
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