sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Cidadania e Participação

O que diferencia os cidadãos dos habitantes numa comunidade é a sua participação social.
A postura critica perante o que nos circunda é pilar fundamental para a construção de uma sociedade democrática e livre, atendendo naturalmente, à dimensão social, cultural e económica. O envolvimento dos indivíduos em associações, grupos partidários e outras formas de intervenção são actos de cidadania que devem ser amplos e diferenciados, abarcando aí a vontade e empenho na edificação de novas redes sociais. A consciencialização desses processos participativos é responsabilidade da sociedade civil e particularmente, do poder local, tendo à sua disposição, assim haja vontade e discernimento, um conjunto de instrumentos a aplicar para atingir esse fim, desde orçamentos participativos, fortalecimento e autonomia das dinâmicas associativas a projectos de âmbito comunitário e sócio-cultural.
Em Borba, ao invés tem sido reforçado o estado catatónico, perfilando-se a cada momento a urgência de pensar Borba no seu todo, envolvendo os seus cidadãos na consciente e livre tomada de decisões.
A actual contextualização politico-social assenta em pressupostos de controlo que fazem lembrar outros tempos. Senão vejamos, se juntarmos à subserviência e dependência da rede associativa, a censura e formatação de opiniões e comportamentos da risível e inconsequente comunicação social local, verificamos que o somatório redunda num gravíssimo défice democrático, com laivos de mediocridade intelectual não condizentes de todo com posições detentoras de poder.
Como exemplo deste contexto miserabilista, a intervenção “protectora” da GNR aquando do “buzinão” promovido pelo Movimento de Utentes dos Serviços Públicos.
A resposta a um acto legítimo de cidadania em defesa de melhores condições de vida teve como resultado a acção da GNR, consequência de pressões exercidas para esse fim. Mais uma vez a instrumentalização do poder e suas influências desafiaram impunemente a diversidade, pluralidade e liberdade.
Contra este e outros comportamentos abusivos e inaceitáveis cabe-nos assumir o reforço das nossas posições individuais e colectivas, através de informação e esclarecimento. É necessário e urgente actuarmos enquanto cidadãos atentos e conscientes dos nossos direitos e deveres.
O início do fim de qualquer “feudo”, mesmo quando este é mau demais É sempre quando nós quisermos.

1 comentário:

Anónimo disse...

«Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela
mesma razão.»


Eça de Queiroz