terça-feira, 4 de março de 2008

Pimbalhadas e Pateguismo

Ao ler o programa da Feira do Queijo
– Santiago de Rio de Moinhos (21/23/03/2008) – fiquei estarrecido!
O programa é a fotografia mais fiel da maioria que (des)governa o município.
A mediocridade do programa é a mediocridade dos eleitos da maioria; numa manifestação de «bacoquismo» enganam a freguesia, porque um acontecimento que poderia promover o queijo de Rio de Moinhos, é utilizado para promover bairrismos medievais, incompatíveis com a globalização que, quais tolos, aplaudem, sem imaginar as consequências; certamente que o negócio dos vendedores não justifica tão pobre empreendimento, à medida da pobreza dos projectos dos que, enchendo os pasquins que manipulam de desenvolvimento, nem sabem o que isso seja, mas, mais desastroso, nada fazem, consistente, para o promover.
Quando inscrevem, tão ufanos quanto tolos, os grupozinhos de dança que emitam as pimbalhadas estrangeiras de péssimo gosto, que pensam que promovem? Claro que não lhes interessam os grupozinhos, mas, calculando o efeito da vaidade, atraem os familiares deslumbrados, não com o significado cultural, mas com o exibicionismo «patego», expressão da realidade de fraco conhecimento.
Isto será apenas pimbalhada/pateguismo, ou prática calculada de manipulação dos comportamentos mais básicos? Se a opção por manipular calculadamente for, como creio, estratagema, descemos a tácticas oriundas do fascismo, aliás, tão do gosto do P.S., no deslumbramento por segurar, a qualquer preço, o poder, tácticas que seduzem a maioria, ao menos o Presidente da Câmara, porque os restantes vereadores são meros feitores, sem ideias, mas obedientes, porque o «pãozinho» está difícil e qualquer diferença de opinião pode conduzir ao futuro desemprego, porque opta-se por subserviência como critério de selecção.
Projectos culturais, no verdadeiro significado do conceito, em Borba, são miragem; alienar, alienar, está na ordem do dia, porque rende, isto é, pensam, garante poder, com o cortejo de benefícios e interesses que lhe estão associados; não foi essa a génese deste grupo que, utilizando estratagemas eticamente insustentáveis, se organizou? Enquanto a manipulação der rendimento, têm o caminho aplanado, porque sabem, como mestres, usar a fuga à verdade. A Feira do Queijo, com estes propósitos, neste figurino, não garante «desenvolvimento», mas, acreditam piamente, pode garantir mais alguns anos de Poder... Rio de Moinhos merecia mais!... O concelho precisa muito mais que «festinhas deprimentes»!

6 comentários:

Rogério Duarte Silva disse...

Por todo o Alentejo são diversos na forma e conteúdo os programas comemorativos do Dia Internacional da Mulher. Aqui ficam alguns exemplos.
Em Beja para além de um espectáculo de Fados, actuação de grupos corais e de um colóquio sobre o cante e a Mulher alentejana será ainda inaugurado um Memorial à Mulher Alentejana, no parque da cidade.
Em Vendas Novas, realizar-se-á uma exposição colectiva de Artes Plásticas "Arte é Feminino", contando ainda com actuações musicais e declamação de poemas.
Em Borba, comemora-se o Dia Internacional da Mulher com uma sessão de cinema. O filme escolhido "Fados". Nada mais apropriado..., pois é um filme que levanta muitas questões acerca do papel da Mulher na sociedade actual, problemas, anseios, conquistas...

Joaquim Trincheiras disse...

Pois é, comemorou-se de diferentes formas o Dia Internacional da Mulher por todo o lado, porém não será esta “celebração” a maior falta de respeito para com a Mulher? E nos restantes dias do ano? Vamos ser sérios e deixar-mos de politiquices...

Anónimo disse...

Já repararam que os defensores do PS deixaram de aparecer.
Deve ser estratégia. É que cada vez que muitos deles comentavam eram autênticos caceteiros...
Mas ainda vai aparecendo um ou outro. Devem ser os desalinhados.
Isto do PS está tão mau de norte a sul que cada vez começa a ser mais fácil perceber a sua verdadeira essência.
E não me admirava nada que fossem completamente varridos.
Espero que também o sejam em Borba...

Rogério Duarte Silva disse...

As diferentes formas de comemorar o Dia da Mulher é sintomático das diferentes formas e sensibilidades que temos em relação a algumas questões. Quando se comemora o Dia da Mulher comemora-se a sua luta pelas diversas questões sociais que lhes estão subjacentes. A violência doméstica e sexual, as desigualdades de acesso ao emprego, as suas remunerações, a discriminação das mulheres trabalhadoras em função da gravidez e maternidade, enfim a Mulher nos seus diversos papéis sociais. O inaceitável e por aí ia o meu anterior comentário é não aproveitar a celebração do Dia da Mulher para chamar a atenção desses problemas. Haveria muito para discutir mas isso faria que o "nevoeiro" que nos tapa a visibilidade se dissipasse. O Dia da Mulher tem a sua origem nas lutas das trabalhadoras Americanas das fábricas de vestuário e indústria têxtil. Foi da sua luta por melhores condições de vida, redução do horário de trabalho e melhores salários, que se estabeleceu O Dia Internacional da Mulher hoje patrocinado pelas Nações Unidas.
Não podemos branquear a história, ainda para mais quando foi feita com sofrimento, empenho e muito sacrifício e luta.
A luta pela emancipação efectiva e real da Mulher na sociedade portuguesa é uma bandeira do PCP e CDU, e claro é uma questão politica e sócio cultural.

Joaquim Trincheiras disse...

Caro Rogério, para mim as “coisas” estão bem claras, não há “nevoeiro” que me impeça de ver a verdadeira essência deste, e de outros, comentários.

Todas estas tuas preocupações têm razão de ser, são algo que vem de há muito e não são problemas / questões do presente, mas devem ser defendidas todos os dias do ano e não 1/365 do ano…

Já agora, será que a deputada Luísa Mesquita partilha da tua opinião? Será que foi por defenderem a “emancipação efectiva e real da Mulher” que optaram pela sua expulsão do partido? Ou haverá AINDA partidos políticos onde é proibido pensar e agir pela própria cabeça?

Já agora, para o anónimo (será anónimo???) das 16h18, esclareço que as vezes que tenho comentado aqui no blog (espaço que visito diariamente) sempre o fiz identificado e que não estou ligado a qualquer partido político, apenas defendo aquilo que me parece correcto, o que julgo ser legítimo.

Rogério Duarte Silva disse...

Caro Trincheiras,
Só queria deixar duas notas que me parecem importantes. Quando me referia ao”nevoeiro” fi-lo com base no absentismo e desresponsabilização crescente na construção social e cultural que grassa no concelho, não compreendendo a personalização daí resultante. A indigna e caricata celebração do Dia da Mulher em Borba é o reflexo do trabalho desenvolvido durante o ano inteiro em relação à problemática da Mulher e não só. É factual.
Concordo contigo que tem que ser uma posição diária, de convicções, princípios e valores. Nesse sentido, lanço-te o desafio de acompanhares o trabalho que muitos activistas de Borba desenvolvem na defesa dos direitos dos homens, mulheres e jovens. Fazemo-lo durante todo o ano, voluntariamente, causa que deve ser todos, dever de todos os cidadãos, legitimando as nossas posições. Daí, o esclarecimento, a mobilização e participação em manifestações e plenários, espaços onde se constroem dinâmicas democráticas que envolvem as pessoas no seu crescimento individual e colectivo. A sistematização de ideias e reflexões nestes espaços interactivos (blog`s) é resultado por um lado, das nossas preocupações enquanto cidadãos envolvidos na construção de um tecido social mais actuante e participado, e por outro a continuidade de posições politicas e ideológicas que não se podem dissociar da realidade.
Por último em relação à provocação descontextualizada sobre a Luísa Mesquita dizer que confundir princípios políticos e morais com posições individuais não é aceitável. Não se pode confundir uma árvore com a floresta. Uma coisa é servir o Partido, as instituições, a comunidade, e outra é servir-se do seu estatuto para daí retirar benefícios pessoais…