sábado, 19 de setembro de 2009

Autárquicas 2009 - A fixação de Jovens



O Concelho de Borba desde 1960, período em que chegou a ter 10 431 habitantes, que tem vindo a perder população.
De acordo com os resultados dos últimos censos (2001) o Concelho de Borba tinha 7782 habitantes e estima-se que em 2007 tivesse apenas 7447 habitantes, estimando-se assim um decréscimo da população residente.

A tendência que se verifica, no que diz respeito à população, é de despovoamento nas freguesias rurais e concentração nas freguesias urbanas, com especial referência para a Freguesia Matriz.

A natalidade e a mortalidade dos últimos anos apresentam saldos naturais negativos, o que se traduz num envelhecimento da população, com as implicações que este processo apresenta relativamente ao nível das iniciativas locais, quer económicas quer sociais.
Em 2001, a população jovem (0-14 anos) representava cerca de 13% da população total enquanto a população com mais de 65 anos atingia 23% da população total.

Estancar ou inverter esta tendência torna-se pois uma necessidade e uma prioridade.

A fixação de jovens no concelho surge assim como uma medida a ter em conta e a valorizar devendo fazer parte de toda e qualquer estratégia de desenvolvimento que se pretenda implementar no concelho.

A fixação e atracção de população está ligada a vários factores indissociáveis nomeadamente – Emprego – Habitação – Qualificação, estes três factores são importantes e decisivos para atrair e fixar população.

O emprego é a questão fundamental pois sem oportunidades de emprego não é possível fixar população, é a procura de emprego que tem levado muitos jovens a sair do concelho.

Torna-se assim urgente (e por isso não se compreende como foi possível deixar passar mais oito anos sem se avançar com a Zona Industrial do Alto dos Bacêlos, sem promover a ocupação total da Zona Industrial da Cruz de Cristo e não se ter desenvolvido mais os Pólos Industriais das Freguesias de Rio de Moinhos e Orada quando os apoios comunitários não faltaram) criar condições para instalação de empresas, definir um quadro de incentivos que passe pela disponibilização de terrenos a preços convidativos, um conjunto de incentivos fiscais locais e nacionais bem como um efectivo acompanhamento através do GADE disponibilizando apoio qualificado à instalação e mesmo à preparação de processos de candidatura a financiamentos.

Um regulamento de instalação de empresas que promova a diversificação da base económica, que privilegie a tecnologia e a inovação, que distinga os empreendedores locais, que potencie a fixação de quadros médios e superiores que estimule a criação de postos de trabalho.

Um apoio efectivo na elaboração e acompanhamento de processos bem como a tomada de medidas tendentes à desburocratização na aprovação dos mesmos, principalmente no que diz respeito às competências municipais na aprovação de projectos e licenciamento de obras, criando condições para redução de prazos de aprovação e para a adesão a processos de aprovação na hora.

Para fixar e atrair população torna-se necessário para além do emprego criar condições para que as pessoas se fixem no concelho, construam ou adquiram a sua casa e formem a sua família.

Mantém-se a necessidade de continuação com loteamentos de iniciativa municipal e a criação de um programa de incentivos à fixação de jovens que passe pelo apoio à aquisição de terrenos a preços reduzidos, que promova a auto construção, que preveja apoios à elaboração de projectos e redução de taxas de construção, conjugados com incentivos fiscais nomeadamente em termos de fixação de taxas mínimas de IMI bem como de participação na taxa variável de IRS para o concelho.

Um maior envolvimento com o sector cooperativo para encontrar e disponibilizar terrenos que permitam a construção a custos controlados, pode e deve ser outra vertente a desenvolver.

A procura de parcerias público/privadas para recuperação e reabilitação de imóveis degradados e ou abandonados para promoção de mercado de arrendamento para jovens conjugando com os apoios nacionais existentes quer para a recuperação de imóveis quer para incentivos ao arrendamento, pode e deve ser outra orientação a desenvolver.

O aumento das qualificações dos borbenses apresenta-se também como outra orientação estratégica pois os baixos níveis de escolaridade constitui um entrave ao desenvolvimento integrado do concelho uma vez que recursos humanos qualificados conseguem ser mais empreendedores e atrair investimento mais diversificado.

Este é um problema que se coloca à diversificação económica pois para ser possível diversificar a base económica é necessário empreendedorismo e qualificação, pois empresas tecnologicamente mais avançadas precisam de colaboradores mais qualificados.

A requalificação profissional de desempregados e a sua preparação para novas actividades é também uma necessidade crescente pois são muitos desses desempregados hoje com 40 anos que com famílias constituídas se vêem forçados a sair do concelho ou do País para continuarem um vida activa que lhes permita a manutenção das famílias.

O acompanhamento à criação do próprio emprego por parte de pessoas desempregadas, apoiando-as no desenvolvimento dos processos burocráticos, na definição da sua área de negócio apoiando-as nos estudos de viabilidade económica através do GADE, instalando-as provisoriamente em ninhos de empresas e encaminhá-las nos processos de formação e requalificação pode também contribuir de uma forma positiva para a fixação de população.

Como podemos depreender a fixação de população nomeadamente jovens é encarada pela CDU como uma estratégia para o desenvolvimento económico e social do concelho e foi tratada como uma prioridade.

Assim a CDU durante o seu último mandato desenvolveu diversos loteamentos de iniciativa municipal a saber: Borba – Loteamento do Chalé, Rio de Moinhos – Loteamento do Pisão, Nora – Loteamento da Nave, Barro Branco – Loteamento da Srª da Vitória, Orada – Loteamento do Forno, disponibilizando para os borbenses lotes de terreno a preços acessíveis na sede do concelho e nas freguesias rurais procurando fixar a população mais jovem e atrair jovens de outros concelhos.

Foi também com a CDU que a Zona Industrial da Cruz de Cristo foi ampliada para uma segunda fase, que possibilitou a reinstalação naquela zona industrial das diversas empresas e oficinas que se encontravam dispersas pela vila, permitindo um melhor ambiente urbano ao mesmo tempo que criou melhores condições de trabalho a essas empresas e seus trabalhadores levando ao crescimento dessas empresas e ao aumento do numero de trabalhadores.

Foi com a CDU e com a disponibilização de terrenos a preços acessíveis que muitos jovens do concelho viram o seu sonho tornado realidade, criaram e instalaram a sua empresa criando o seu posto de trabalho e admitindo funcionários.

Foi na Zona Industrial da Cruz de Cristo que se procurou criar condições para o lançamento de bases para a diversificação económica do concelho, procurando diversificar a instalação de empresas, privilegiando e apostando na fixação de indústrias agro-alimentares tendo sido reservados lotes para esse efeito.

A CDU deixou ainda terrenos disponíveis para fixação de mais empresas nesta zona industrial, que até hoje não foram utilizados e deixou ainda definido em instrumento de ordenamento do território uma área definida para alargamento o seu alargamento.

Lamentavelmente a maioria do Partido Socialista, nos últimos oito anos, abandonou esta linha estratégica e comprometeu o trabalho feito até aqui.

Aumentou o preço dos lotes de terreno para mais do dobro quer sejam lotes industriais quer sejam lotes habitacionais, voltou a instituir o princípio da hasta pública privilegiando quem mais pode, não quem mais precisa.

Não promoveu a ocupação da Zona Industrial da Cruz de Cristo nos lotes sobrantes devido ao aumento do preço dos lotes que se tornou impeditivo para a instalação de novas empresas.

Não avançou com a Zona Industrial do Alto dos Bacêlos por ter definido outros projectos como prioritários em detrimento deste.

Não avançou com o Pólo Industrial de Rio de Moinhos conforme prometeu.

Avançou timidamente com o Pólo Industrial da Orada para realização da Feira das Ervas Alimentares

Durante estes oito anos não disponibilizou novos loteamentos habitacionais com incentivos para a fixação de jovens sabendo da grande necessidade existente em Santiago de Rio de Moinhos.

Durante estes oito anos não foram instaladas novas empresas no concelho.

Joaquim Serra Silva

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